Duas esculturas em pedra e duas imagens de tumba, foram e ainda são apresentadas como evidências tangíveis a herança histórica antiga do Taekwondo.
Mas será que estas relíquias realmente estão ligadas a história da modalidade?
Duas esculturas em pedra do período de Silla, chamada de Kumgang yoksa de Kyongju, são representadas como prova popular da existência do Taekwondo “antigo”. Elas foram apresentadas pela comunidade das artes marciais como os “guerreiros do Taekwondo de Silla de Kyongju”.
As estátuas foram citadas e ilustradas como evidência pela primeira vez por Choe Song-nam em seu manual de 1955. Choe afirmou que uma das esculturas mostra a posição do Sipsu hyŏng (J. Jute Kata, 十手型, ‘forma das 10 mãos’).
No entanto, o Sipsu Hyong é uma forma ou Kata do Karatê de Okinawa, que foi introduzido pelo professor de Choe, chamado Lee Won-guk, no período colonial durante a ocupação japonesa na Coreia, depois de aprender com Gichin Funakoshi.
Alguns autores posteriores descreveram as posições relacionando-as ao Kumgang Makki, técnica utilizada no Taekwondo.
Por outro lado, foi apontado que estátuas semelhantes e com posturas idênticas são encontradas nas entradas dos templos budistas no leste da Ásia.
Estas estátuas não representavam na verdade “antigos guerreiros do Taekwondo”, mas sim dois dos temíveis guardiões do templo que protegiam os mosteiros budistas e o Buda.
Embora a alegação da comunidade do Taekwondo sobre as esculturas tenha sido completamente desacreditada várias vezes e a World Taekwondo (WT) tenha finalmente decidido remove-las de seus “registros da modalidade”, a narrativa dos antigos guerreiros do Taekwondo ainda é popular e frequentemente citada (quando adequada) como evidência da antiga linhagem da arte marcial.
